O Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor, divulgado nesta segunda-feira (11), mostrou que as pessoas com as contas em atraso têm alcançado patamares recordes.
Os dados mostram que o Brasil bateu o recorde com 66,6 milhões de inadimplentes em maio, sendo o maior número desde o início da série histórica, em 2016. Os números são reflexo de um cenário de juros e inflação em alta.
Ainda segundo os dados da Serasa, na comparação com maio de 2021, houve um acréscimo de 4 milhões de nomes negativados.
No balanço de resultados referente ao primeiro trimestre do ano, os grandes bancos já haviam sido unânimes em sinalizar que um aumento da inadimplência dos clientes era esperado para o restante do ano.
Entre os principais fatores que mais têm contribuído para o quadro, está a persistente pressão inflacionária. Puxado por preços mais altos da alimentação fora de casa e dos planos de saúde, o índice oficial de inflação do país subiu 0,67% em junho.
O resultado mostra uma aceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), já que, em maio, o avanço havia sido menos intenso (0,47%). A variação de 0,67% é a maior para junho desde 2018. À época, o índice havia subido 1,26%, após os impactos econômicos da greve dos caminhoneiros.
Para combater a alta dos preços, o BC (Banco Central) tem promovido desde o início do ano passado uma série de aumentos na taxa básica de juros, a Selic, que saiu da mínima histórica de 2% ao ano para os atuais 13,25%.
O aumento do custo do dinheiro, por sua vez, traz uma pressão adicional para a renda das famílias, que têm de conviver ainda com uma taxa de desemprego próxima dos dois dígitos.
Segundo o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, apesar do aumento da inadimplência ser esperado, é possível melhorar a situação.
“Os consumidores precisam continuar se organizando financeiramente e utilizando ferramentas disponíveis, como o saque do FGTS, para tentar tirar o nome do vermelho.”
Bancos e cartões lideram volume de dívidas negativadas
A análise setorial da Serasa registrou ainda que o maior volume de dívidas negativadas está no segmento de bancos e cartões, com 28,2% do total.
Em seguida estão as contas básicas como água, luz e gás, agrupadas na área de “utilities”, com 22,7%. Em terceiro lugar, ficam os setores de varejo e financeiras, com 12,5% cada um.
Na quebra regional entre os Estados brasileiros, São Paulo concentra o maior número de inadimplentes (15,6 milhões), seguido pelo Rio de Janeiro (6,7 milhões), Minas Gerais (6,3 milhões), Bahia (4,1 milhões) e Paraná (3,5 milhões).
Fonte: Contabilizei (com informações da Folha de São Paulo)
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